Fernando Pessoa, Mensagem
A Fortaleza
de Sagres, também referida como Castelo de Sagres ou Forte de
Sagres, apresenta-se como um Monumento Nacional localizado em posição dominante coroando a
Ponta de Sagres, no sudoeste do Algarve, em Portugal.
Sagres
constituiu, ao longo da história, uma privilegiada região de cruzamento de
rotas entre o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico, um porto de pescadores e de
comerciantes de várias nações, mas também um território fortemente assolado por
corsários.
A imponente
fortificação de Sagres impõe-se como o prolongamento humano do rochedo natural
e foi durante séculos a principal praça de guerra de um importante sistema geo-estratégico
de defesa marítima. A política da
Expansão portuguesa, nos séculos XV e XVI, levou à fundação da Vila do Infante.
A Fortaleza é
erigida no primeiro quartel do século XV, ficando indissociavelmente ligada aos
Descobrimentos e à figura do seu promotor, o Infante D. Henrique. A sua importância
maior registou-se durante essa centúria e a seguinte, pois este espaço foi,
segundo a tradição histórica, a base de
operações marítimas da expansão náutica portuguesa.
Um período de
decadência ocorreu após a perda da Independência, quando em 1587 os corsários
ingleses, comandados por Sir. Francis Drake, a arrasaram e pilharam. Nessa altura,
as muralhas eram compostas por duas cortinas defensivas e tinham uma
configuração em “zigue-zague”.
Intramuros, encontra-se ainda a Ermida de Nossa Senhora da Graça, um pequeno templo fundado por D. Henrique em 1459, entretanto remodelado em 1570. Adossado à segunda muralha situava-se a casa do governador militar, para além das respectivas casernas; numa das extremidades elevava-se uma torre de defesa. As primitivas defesas quatrocentistas foram reforçadas por dois baluartes construídos no reinado de D. Sebastião, mais tarde acrescentados por um revelim central, vindo reforçar a defesa da porta principal da fortaleza.
Intramuros, encontra-se ainda a Ermida de Nossa Senhora da Graça, um pequeno templo fundado por D. Henrique em 1459, entretanto remodelado em 1570. Adossado à segunda muralha situava-se a casa do governador militar, para além das respectivas casernas; numa das extremidades elevava-se uma torre de defesa. As primitivas defesas quatrocentistas foram reforçadas por dois baluartes construídos no reinado de D. Sebastião, mais tarde acrescentados por um revelim central, vindo reforçar a defesa da porta principal da fortaleza.
No entanto, a
Fortaleza de Sagres passa por uma profunda e definitiva metamorfose nos finais
do século XVIII (1793), empreendimento levado a cabo pelo engenheiro-militar
José de Sande de Vasconcelos e que elimina todos os vestígios materiais das
construções anteriores. A nova configuração recorre a dois
baluartes nos flancos, unificados por um protector revelim central.
Ao longo dos
tempos, os diversos edifícios no interior da fortificação sofreram diversas
obras de readaptação. Nos restauros pretensamente históricos da década de 50 do
século XX foi descoberta uma “rosa dos ventos”, estrutura que poderá remontar
ao século XV. Com
cerca 43 metros de diâmetro, desenhada no solo com alinhamentos de pedra, poderá ter servido
de gnomon – relógio de Sol.
Sagres e a sua
fortaleza foram alvo de nova intervenção nos anos 80, apenas finalizada em 1997
– envolvida por forte controvérsia, tratou-se de uma empreitada que procurou valorizar a fortaleza e as suas estruturas arquitectónicas. Neste âmbito foram criados um centro de
exposições, uma sala multimédia, uma loja e um espaço de restauração. Seja como
for, apesar das polémicas alterações “neo-modernas”, Sagres continua a
assinalar a modernidade de Portugal e recordará sempre o início da abertura dos
mares e da descoberta de novos mundos.
Sagres
revela-se hoje como um singular palco de memória onde a natureza, a história, o sagrado e o
homem se conjugam de forma exemplar e simbiótica.
Da sua alta
falésia escarpada, constantemente batida pelo mar e pelo vento, o visitante
usufrui de uma deslumbrante panorâmica sobre a costa, com destaque para as
enseadas de Sagres, para o cabo de São Vicente (extremo sudoeste do continente
europeu) e a para a imensidão do Oceano Atlântico. A própria fortificação e as
suas imediações, integradas no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, oferecem a possibilidade de um olhar próximo ao património natural
da costa, especialmente no que se refere à sua flora, abrigando algumas das
espécies endémica mais representativas da região como, por exemplo, o
porro-bravo (Allium ampeloprasum), a erva-divina (Armeria welwitschii), o pampilho-marítimo (Asteriscus
maritimus), o perrexil-do-mar (Crithmum maritimum), o zimbreiro (Juniperus turbinata), a Malva sylvestris, o narciso-das-areias (Pancratium maritimum), e o esparto ou espargo (Spartium junceum).
Também, nos finais do Verão, a partir de Setembro, a região de Sagres (a par do Estreito de Gibraltar) transforma-se numa verdadeira "ponte" de migração para diversas espécies de aves, entre o continente europeu e África, proporcionando aos ornitólogos e a qualquer interessado um privilegiado cenário de observação.
Também, nos finais do Verão, a partir de Setembro, a região de Sagres (a par do Estreito de Gibraltar) transforma-se numa verdadeira "ponte" de migração para diversas espécies de aves, entre o continente europeu e África, proporcionando aos ornitólogos e a qualquer interessado um privilegiado cenário de observação.