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Menires da Pedra Escorregadia | Vila do Bispo

A "Pedra Escorregadia", documentada nas duas primeiras imagens que se seguem, é um monólito, provavelmente fragmentário de um menir, situado na encosta norte de um pequeno cerro com 96 metros de altura, a menos de 1 km a sudoeste de Vila do Bispo e a nascente (à esquerda) do km 29.2 da EN 268, que antigamente ligava a Vila a Sagres. 
Esta pedra, que terá originado o topónimo local, apresenta um depressão "polida" que proporciona um conveniente assento para se desfrutar da panorâmica paisagem que se estende até ao casario de Vila do Bispo. 
Interessantes são alguns ecos de tradição oral regional que associam esta pedra (Escorregadia) a um relativamente recente ritual pagão, relacionado com cultos de amor e fecundidade.
Um pouco mais a sul, no topo de outro discreto relevo, com 97 metros de altura, inicia-se um roteiro megalítico que permite observar uma série de menires tombados e uma sepultura colectiva de tipo "cista", atribuível a cronologias do Neolítico Final (IV Milénio a.C.), sendo que os menires deverão ser mais antigos. 
O conjunto de monólitos da Pedra Escorregadia são talhados/afeiçoados sobre blocos calcários regionais de cor branca, apresentando formas subcilíndricas ou troncocónicas, em alguns casos com decorações gravadas incisas (elipses e linhas ondulantes), medindo o maior exemplar 2 metros de altura.


Recinto Megalítico ("Cromeleque") do Xerez | Monsaraz

Assinalado por José Cruz e pelo Engenheiro Leonel Franco, foi intervencionado em 1969 pelo Dr. José Pires Gonçalves, que estranhamente não o interpretou como um clássico “cromeleque”, no sentido geométrico do termo e que pressupõe uma disposição ovalada ou circular, em "ferradura" aberta a nascente, mas sim  como um singular recinto "quadrangular".
Presumivelmente erguido entre os inícios do 4.º e meados do 3.º milénio a.C., é constituído por 52 menires de granito (o número de semanas num ano?), cuja altura varia entre 1,20 cm e o 1,50 cm, alguns dos quais de configuração "fálica", bem como almendrada, a maioria fracturados e prostrados, embora alguns deles estivessem in situ, facto que contribuiu para que se relacionassem estas posições como fortes indícios para a "original" reconstituição quadrangular do monumento.
O centro do recinto é marcado por um menir com 4 metros de altura, 0,75 metros de diâmetro e 7 toneladas de peso, apresentando, na sua face mais aplanada e em toda a sua verticalidade, um conjunto de "covinhas" insculturadas.
Apesar de ter sido sujeito a uma intervenção que visou a sua reconstituição original (1969), ela não seguiu critérios propriamente científicos. José Pires Gonçalves baseou a sua recomposição no pressuposto de que as "covinhas" presentes num dos menires representariam a sua disposição original.
Posteriormente à reconstituição deste recinto megalítico, foi assinalado nas proximidades, uns 300 metros para Norte, um conjunto de pequenos menires de granito, todos gravados na base.
Trata-se do único monumento megalítico classificado do concelho de Reguengos de Monsaraz e na região de influência do regolfo de Alqueva, transladado, em 2004, para outro local.

Passeios de Primavera pelo Megalitismo de Monsaraz, conduzidos pelo Professor Doutor Manuel Calado - 13 de Abril de 2013.

A "quadratura da ferradura":


Martinhal




Em Sagres/Vila do Bispo, nas arribas da praia do Martinhal, também conhecida localmente por Murtinhal, encontra-se identificado um importante centro oleiro romano, constituído por 3 fornos destinados à produção de ânforas. O Inverno passado foi responsável por uma "escavação" não autorizada, deixando a descoberto diversos vestígios arqueológicos em cortes ravinados que ameaçam destruir irremediavelmente o que resta das estruturas reveladas. De referir, no entanto, que o sítio romano já se encontrava há muito documentado, pelo menos desde 1967 (FERREIRA, Octávio da Veiga - Algumas considerações sobre as fábricas de conservas de peixe da antiguidade encontradas em Portugal. Beja), nomeadamente por achados de superfície e por recentes sondagens de avaliação, particularmente no decurso de obras.
Nos cénicos ilhéus situados em frente à praia também foram registados vestígios de cetárias, pertencentes a uma fábrica de preparados de peixe.
O conjunto estrutural e artefactual remete-nos para o século IV d.C.
As boas condições naturais da enseada do Martinhal, protegida dos ventos de Oeste e Sudoeste pela ponta da Baleeira, terão, certamente, sido propícias à implantação de um pequeno porto de abrigo – fundeadouro e varadouro.
A par destes vestígios, o sítio também regista abundante cerâmica manual pré-histórica e alguma indústria lítica, documentando um habitat do Neolítico.
Base de Dados Endovelico

Valle de las Higueras | Huecas

A ocupação pré-histórica no Valle de las Higueras (Huecas/Toledo) encontra-se a ser investigada no âmbito do acompanhamento de obras de saneamento na Província de Toledo (Castilla la Mancha). Os trabalhos desenvolvidos por Primitiva Bueno Ramírez, Rosa Barroso Bermejo e Rodrigo de Balbín Behrmann (da Universidade de Alcalá de Henares) têm vindo a revelar sítios de habitat associados a espaços funerários sob mamoa (El Castillejo) e hipogeus (Valle das Las Higueras), estes últimos no bordo de uma "mesa" calcária, com uma diacronia fixada entre o Neolítico e a Idade do Bronze. De destacar o facto de os afloramentos calcários apresentarem abundantes jazidas de sílex, de fraca qualidade, mas com evidentes indícios de exploração pré-histórica.



Um agradecimento muito especial: gracias por la visita y simpatías - Primitiva Bueno & Rosa Bermejo.

Os visitantes: Manuela Calado, Mário Carvalho, Sara Navarro & Ricardo Soares

Fotografia de Ricardo Soares & Sara Navarro