Anta do Olival da Pega 2 | Monsaraz


Monumento funerário megalítico (Neolítico Final/Calcolítico) de grandes dimensões (câmara e corredor com cerca de 20m), integrado numa estrutura tumular complexa com cerca de 40m de diâmetro. É constituído por uma câmara fechada, ainda coberta por um chapéu de consideráveis dimensões. O corredor tem cerca de 16m de comprimento e terá sido construído em duas fases: inicialmente com dimensões menores e posteriormente aumentado. Foram aparentemente acrescentados, à estrutura original, dois esteios de xisto (e não de granito, como os restantes) profusamente gravados com "covinhas", que parecem preencher quase integralmente a totalidade visível das faces. No exterior do primeiro esteio esquerdo do corredor, foram recolhidos ossos humanos muito deteriorados e um pequeno conjunto de artefactos, entre os quais um objecto metálico losangular, provavelmente de cobre, sendo admissível que se trate de um enterramento contemporâneo ao alongamento do corredor. De entre os artefactos registados destacam-se as placas de xisto (43). À entrada do corredor foi identificado um pequeno átrio, calçado por seixos. Foi também registado, anexo à estrutura tumular desta anta, um segundo monumento - um tholos da variante "alentejana". Situa-se do lado esquerdo do corredor e implicou alterações ao traçado deste, de forma a que a parte terminal fosse comum aos dois monumentos. O acesso à câmara, a partir da área mesial do corredor, de onde os construtores do tholos removeram uma tampa, foi intencionalmente obstruído por lajes de xisto e pedras de dimensão variável.

Passeios de Primavera pelo Megalitismo de Monsaraz, conduzidos pelo Professor Doutor Manuel Calado - 13 de Abril de 2013.

FonteEndovélico

I Concurso de Fotografia da AAP




































Fotografias PhotoArch a concurso:

Tema: Escavações e outros trabalhos de campo
Título: No crivo do Tempo
Legenda: Trabalhos de crivo durante a escavação da Lapa da Cova (Serra do Risco-Arrábida-Sesimbra)
Data: Abril de 2010

























Tema: Arqueologia e outras ciências (trabalho de laboratório, materiais arqueológicos, restauro)
Título: Na noite do Tempo
Legenda: Trabalho de registo fotográfico nocturno, com luz rasante, nos menires do Recinto Megalítico dos Almendres
Data: Outubro de 2009




Tema: Sítios Arqueológicos, pessoas e paisagem
Título: Na sombra do Tempo
Legenda: Menir do Barrocal em plena Primavera
Data: Abril de 2013



Antigo Convento de São Francisco | Portimão

Igreja e Convento de Nossa Senhora da Esperança

Em 1530, o capitão de Azamor Simão Correia, feito vedor da Infanta D. Beatriz por D. Manuel, entrega aos Padres Observantes da Província de Portugal umas casas na margem direita do rio Arade, entre a vila de Portimão e a barra, junto à Igreja de Nossa Senhora da Esperança. Em 1533 os religiosos deixaram as casas aos padres da Província do Algarve, ano em que esta província se separou da de Portugal. Por determinação de D. João III, os Padres da província da Piedade abandonaram o seu convento de Faro, instalando-se em Portimão, demolindo as casas existentes e edificando novas construções. O ano de 1541 marca a fundação conventual, por Simão Correia, que mais tarde é sepultado com seu irmão na 1.ª casa do Capítulo do convento. A capela-mor foi mandada construir por Belchior de Mello Cunha e sua mulher D. Brites, ficando ai sepultados. À excepção da igreja, todo o edifício é demolido e reedificado por forma a adaptar-se às exigências da regra capucha. Em 1755 o terramoto causa danos consideráveis no edifício, nomeadamente na queda da abóbada da igreja, obrigando os frades capuchos a instalarem-se provisoriamente na Igreja do Corpo Santo, em Portimão. No século XIX, após a extinção das Ordens Religiosas, o convento é vendido em hasta pública por 4000$000, a José Maria Eugénio de Almeida. Serviu como depósito de cortiça e como tal sofreu um grande incêndio. Em 1911, o edificado foi arrendado a João António Júdice Fialho para o serviço da sua indústria piscatória-conserveira. A Câmara Municipal de Portimão tenta por diversas vezes adquiri-lo, tendo em vista a sua recuperação. Em 30 novembro 1993 é classificado como IIP (Imóvel de Interesse Público), pelo Decreto n.º 45/93. Em 2003, a autarquia dá início à elaboração do projecto de requalificação. Em 2006 foi ratificado em Conselho de Ministros, ainda que parcialmente, o plano de urbanização UP5 de Portimão, permitindo que a zona compreendida entre a Mariana e as duas pontes fosse urbanizada e requalificada, contemplando o convento, sendo proposto um projecto de adaptação a Hotel de Charme.

Hoje, ainda é possível observar uma interessante e muito arruinada arquitectura religiosa, manuelina e maneirista, destacando-se a igreja conventual de nave única, um portal manuelino abrigado por nártex, sobre o qual assenta o coro da igreja, semelhante ao Convento de Nossa Senhora do Desterro, em Monchique. A cobertura diferencia-se em telhados de duas águas, enquanto a planta, de cantarias de calcário e alvenaria mista rebocada, é composta pelas ruínas da igreja, a este, e por um anexo que ocupa toda a ala norte. A igreja apresenta uma planta longitudinal de dois rectângulos justapostos, correspondentes à nave única e à abside. A fachada principal, orientada, é rasgada por um arco pleno que dá acesso a uma galilé “coroada” com uma pequena janela. No interior da galilé abre-se um portal em arco polilobado, faltando-lhe o mainel que possuía originalmente, sobreposto pelo brasão de Simão Correia. No interior abre-se um claustro maneirista de dois pisos, actualmente invadido por vegetação densa. A fachada lateral é marcada por dois contrafortes.

Trabalhos arqueológicos realizados em 2008, sob a direcção de Vera de Freitas, no âmbito da Requalificação Paisagística da Envolvente Urbana do Museu de Portimão, e com o objectivo de avaliar o potencial arqueo-estratigráfico do sítio, permitiram identificar, no troço 4, uma unidade estratigráfica com materiais de cronologia romana (cerâmica de construção, cerâmica comum e de armazenamento). Estes elementos estarão presumivelmente associados aos achados romanos identificados por Estácio da Veiga a sul do convento (complexo de cetárias).

Fontes:
SIPA
Endovélico

DA OLEIRA

VI poemas de Luís Costa
com esculturas de Sara Navarro



I

O vindimador sai à rua
traz na mão esquerda uma pomba de luz
o espaço arde discretamente
e as crianças dançam à volta do chafariz
com girândolas de ouro na testa

o ar aplainando-se como carne viva
as portas abertas
braçadas de olores muito antigos
entrando
e os velhos acariciam os seus animais
de estimação

então /
a oleira aparece
a oleira / violenta
rompendo a cortina dos barros cirúrgicos

agora /
ela aproxima-se do vindimador
ela traz à cabeça um cibório de bronze
lá dentro:
a combustão dos cereais

e o vindimador olha-a
ele sabe que Ela é a FONTE

- a abertura secreta da matéria sonora

II

Fecho os olhos

a flor do trigo sobe-me pelos ventrículos
persigo a cintura das tuas horas metálicas
o grande interior que me inquina

ah! a alegria dos cavalos
os microfones das clareiras
no fundo dos lagos
onde os teus olhos habitam a dor nocturna

inscrevo o teu nome na ânsia do barro
és um chão de sombras iluminadas

- um abismo que relincha





















III

Os reflexos dos cestos - nos espelhos - nas paredes do barro.
em frente - o fogo.
e as sombras dos mortos - no jardim - contam as estrelas.
os animais aproximam-se pelo cio da água.
fontes! rios!
asas enroladas à cintura do bosque.

a certas horas - neste lugar -
a água dança no colo do fogo.
e as noras ouvem-se - dentro das cisternas -
possantes.
um campo abandonado.
o retinir das bandeiras.
ah! e suave o vento rasteja pela terra arável dos sonhos.

estas ruas! encruzilhadas!
sempre as mesmas - mas outras.
aqui - o sangue estremece para desabrochar
na barro do cântico.

e os chilreios das estátuas ardem
no palato da oleira que sonha.
a velha criança espreita-a.
é uma gateira oceânica.

ó grande vento nocturno!
amanhã a colheita acontecerá

( - talvez. )

IV

Debruça-se

lava as mãos - iluminadas de noite - no tanque grande
morosamente penteia os longos cabelos negros
o Grande Mistério escorre das torneiras arcaicas

a nora chia – chilreios! claridade!
nos lábios rebenta o flash do sangue nómada

e evoca o mundo através dos vasos da árvore magnífica
dos olhos que a olham por dentro

e de olhos fechados inscreve o fogo
no barro





















V

Mananciais que perfuram
as paredes da vertigem
erva que cobre as ruínas
espigões maravilhosos
acendendo o céu
o doce tempo das mães
onde repousam as torneiras
dos celeirosobjectos vazios
por dentro a perplexidade
da luz do azeite
e oleiros que regressam
das grandes viagens

que pelas pontas dos dedos
exibem a claridade do barro

VI

Do barro ergue-se a mulher
por entre os dedos febris

o sangue que era um repouso
bate agora a repique nos ventrículos

paira sobre ela
a noite do oleiro





















Publicado por Luís Costa em:
mallarmargens
revista de poesia e arte contemporânea
ISSN 2316-3887
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Cozinhando na Paisagem de Milreu



A acção performativa Cozinhando na Paisagem de Jorge Rocha realiza-se no próximo dia 15 de Junho às 18h na Villa Romana de Milreu com a participação dos arqueólogos João Pedro Bernardes e Rui Parreira.

Cozinhando na paisagem integra-se no projeto www.PALATO.org e consiste numa série de ações performativas de Jorge Rocha realizadas em monumentos onde a envolvência do seu território se traduz na recolha de informação sobre a gastronomia de época, fazendo um cruzamento com os hábitos alimentares da sociedade contemporânea.

Partindo de um menu estipulado a partir das referências encontradas nas entrelinhas da arqueologia e tendo em conta as características únicas de cada local intui-se valorizar factores paisagísticos e patrimoniais.

Em cada sítio histórico, é montada uma infraestrutura improvisada onde o artista em conjunto com investigadores, desenvolve uma acção performativa em formato Talk Show onde se cozinha ao vivo, transmitindo em directo na Internet e colocando os públicos físicos e virtuais em sinestesia.

Depois da se ter realizado nos Monumentos Megalíticos de Alcalar, a acção performativa terá agora lugar na Villa Romana de Milreu com a participação especial dos arqueólogos João Pedro Bernardes e Rui Parreira.


“Localizada a poente da aldeia histórica de Estoi, a 8km de Faro, a Villa Romana de Milreu revela uma ocupação continuada desde o séculoI e até ao século XI. O conhecimento da sua história revela-nos que terá sido habitada por famílias de elevado estatuto social e político, às quais eram proporcionadas as necessidades não só de um quotidiano rural, como também de grande vivência lúdica.”

Cozinhando na Paisagem será antecedido por uma Visita Encenada, protagonizada pelos estagiários do curso profissional Técnico de Artes do Espectáculo – Interpretação da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, orientada pela Prof.ª Ana Cristina Oliveira, no âmbito de um Acordo de Colaboração entre a Direção Regional de Cultura do Algarve e aquela entidade.

O PALATO (www.palato.org) foca-se no cruzamento entre arte, gastronomia e património e emergindo de um espaço essencialmente virtual, potencia a divulgação e criação artística e científica.

Granada

05-09 Marzo 2013

Paseando en Granada

Fuente de la Luz

La catedral

El Monasterio de San Jerónimo
Museo Casa de los Tiros

Alhambra

Palacio de Carlos V




















II Congreso Internacional de Estudios Cerámicos. 
Etnoarqueología y experimentación: Más allá de la analogía
Complejo Administrativo del Triunfo de la Universidad de Granada