Gruta do Escoural/Montemor-o-Novo
Santuário de Arte Rupestre Peleolítico e Necrópole Neolítica com utilização religiosa, funerária e habitacional (povoado exterior).
Descrição: A Gruta do Escoural foi descoberta em 1963 permitindo, pela primeira vez em Portugal, a identificação de vestígios de arte rupestre paleolítica. Das galerias mais recônditas dessa cavidade subterrânea ao cimo do outeiro que a envolve floresceram, ao longo dos milénios, várias civilizações pré-históricas, desde o Mustierense até fase adiantada do Calcolítico. A mais antiga ocupação humana no Escoural data de há cerca de 50 000 anos (Paleolítico Médio). Embora se possam identificar diversos temas na arte rupestre do Escoural, as representações zoomórficas, do Paleolítico Superior, especialmente de Equídeos e Bovinos são dominantes.
A Gruta desenvolveu-se pela formação de calcários cristalinos metamorfizados, constituída por uma grande sala e múltiplas galerias. Possui diversos níveis de ocupação humana: a mais antiga data de há cerca de 50.000 anos (Paleolítico Médio), tendo servido de abrigo a comunidades nómadas. No Paleolítico superior é transformada num Santuário como atestam as pinturas e gravuras com representações zoomórficas e geométricas no seu interior. No Neolítico final foi utilizada como necrópole funerária. No exterior conservam-se vestígios de um santuário rupestre neolítico, de um povoado calcolítico, e a cerca de 300 metros um tholos.
O conjunto arqueológico do Escoural, pelo largo âmbito cronológico, pela diversidade e raridade dos seus vestígios, merece ser considerado como um marco importante na paisagem, como um testemunho excepcional da história das comunidades humanas que aqui deixaram fossilizado uma parte importante do seu comportamento.
Classificação: Monumento nacional (decreto n.º 45327 de 1963)
Cronologias: Paleolítico Médio (50.000 b.p.); Paleolítico Superior; Neolítico; Calcolítico
in: http://www.cm-montemornovo.pt/pt/