Erigida por ordem de Abd al-Rahman I, junto ao rio Guadalquivir, na sua margem direita, a mesquita de Córdoba foi iniciada em 784, re-aproveitando os materiais de um anterior templo cristão ali situado (templo visigótico de São Vicente). Actualmente uma das maiores mesquitas do mundo, na época da sua construção, com os seus 23.000 m², chegou mesmo a ser a 2.ª maior mesquita do mundo, um pouco menor que a mesquita de Samarra. A sua mesquita-maior, ou mesquita Aljama, constitui o monumento mais importante da arte hispano-muçulmana, denunciando vários períodos artísticos através das ampliações e remodelações a que foi sendo sujeita.
A primeira mesquita desenha uma planta quadrada de 79 metros de lado, dividindo-se em duas partes iguais: a meridional com uma função de sala de orações, e a setentrional de pátio. A forma incomum de orientar a qibla e o mihrab para Sul prende-se com o facto dos seus arquitectos se terem inspirado nas mesquitas sírias, para as quais a orientação para Meca ficava a Sul. As onze naves da sala de orações dispõem-se perpendicularmente à qibla. O tecto plano é suportado por um sistema de sobreposição de suportes e arcarias de ferradura e de meio ponto.
Em 848, Abd al-Rahman II procedeu à primeira ampliação para Sul, derrubando o muro da qibla e aumentando oito tramos de colunas, seguindo a disposição anterior.
Por sua vez, a acção de Abd al-Rahman III (951-952) concentrou-se na ampliação do pátio para Norte, no reforço da fachada do pátio e na construção de um novo alminar, cuja parte inferior integra a torre da catedral.
A maior obra de ampliação esteve a cargo de al-Hakam II: derrubou a qibla e acrescentou doze tramos à estrutura. A novidade desta planta foi o uso tardio da disposição das naves em T, cujas extremidades formam quatro cúpulas de arcos cruzados. A maqsura apresenta um novo sistema de arcarias de arcos lobulados entrecruzados e o mhirab uma planta octogonal.
A última ampliação esteve a cargo de Almançor (987-988), prolongando a mesquita para Este com o acréscimo de oito naves.
Com a conquista da cidade em 1236, deu-se início à "cristianização" arquitectónica da mesquita e à sua conversão em catedral. A abertura do pátio e a sala de orações foram muradas, conservando apenas uma porta de entrada (la Puerta de las Palmas). O clero de Córdoba decidiu, no século XVI, dotar a cidade de uma construção mais sumptuosa, que seguisse o estilo da época. O projecto implicou a demolição de uma parte importante no centro da catedral, quebrando a perspectiva da floresta de colunas, incorporando nesse espaço uma catedral cristã.
A torre Alminar - o lugar da luz
A grande sala de oração:
um autêntico bosque de colunas evocando um palmar
(as restantes 856 colunas de um conjunto original de 1013)
Núcleo museológico/interpretativo
Cúpulas do Mihrab
A Catedral de Santa Maria de Córdoba
Marcas de canteiro (árabe)
Patio de los Naranjos
O Guadalquivir e a ponte romana