O Fotógrafo Martins Sarmento
9 MARÇO - 8 ABRIL
Guimarães 2012 - Capital Europeia da Cultura
Pioneiro da Arqueologia em Portugal, Francisco Martins Sarmento foi também fotógrafo. As suas imagens, agrupadas em duas grandes linhas temáticas - fotografia de estúdio e fotografia de arqueologia - traduzem o seu espírito curioso, de constante procura e aprendizagem.
A exposição O Fotógrafo Martins Sarmento apresenta uma revisão deste corpo fotográfico, através de uma proposta de leitura assente em rostos (os retratos que Sarmento realizou) suspensões (o efeito criado pela delineação dos contornos do objecto ou pessoa fotografada) e coisas (as imagens dos achados arqueológicos de Sarmento). Esta exposição é acompanhada de livro-catálogo com a publicação, pela primeira vez, dos Cadernos de Fotografia escritos por Francisco Martins Sarmento entre 1868 e 1876.
Existem 543 negativos em colódio sobre placa de vidro com imagens fotográficas da autoria de Francisco Martins Sarmento. Datam de entre as décadas de sessenta e oitenta do século XIX e encontram-se à guarda da Sociedade Martins Sarmento. A Guimarães 2012, Capital Europeia da Cultura, através do projecto Reimaginar Guimarães, em colaboração com a SMS, procedeu à limpeza, digitalização e legendagem desta Colecção de Fotografia. Depois de A Cidade da Muralha, chega a vez de se revelar o trabalho de O Fotógrafo Martins Sarmento, apresentando uma selecção de 70 fotografias suas.
O conjunto de fotografias feitas pelo Arqueólogo vimaranense divide-se, quase exclusivamente, em imagens de estúdio, tiradas no atelier do seu palacete da Rua do Poço (actual Largo Martins Sarmento) e em fotografias de arqueologia, que documentam os trabalhos que fez na Citânia de Briteiros e no Castro de Sabroso. Todas as imagens de Sarmento são imagens interrogativas: as de estúdio enquanto processo de aprendizagem, as de arqueologia enquanto geradoras de teses a propósito do seu objecto. Sublinhando esta natureza interrogativa das imagens, a proposta desta exposição propõe uma leitura a partir de três motivos: rostos, suspensões e coisas. Se os rostos são maioritariamente os retratos de estúdio e as coisas as fotografias de Arqueologia, as suspensões revelam o efeito irreal criado pela delineação de contornos no objecto principal da fotografia, criando a ilusão da sua levitação. Esta exposição é acompanhada de livro-catálogo com a publicação dos Cadernos de Fotografia escritos por Francisco Martins Sarmento entre 1868 e 1876.