PhotoArch no I Concurso de Fotografia da Associação dos Arqueólogos Portugueses



2.º prémio na categoria "Escavações e outros trabalhos de campo"

Título: No Crivo do Tempo
Legenda: Trabalho de crivo durante a escavação da Lapa da Cova (Serra do Risco/Arrábida/Sesimbra)
Data: Abril de 2010
Autor: Ricardo Soares | PhotoArch

Oldgarve - patrimónios partilhados



Espaço de convergência e partilha de patrimónios diversificados, materiais e imateriais, naturais e humanos, sem tempo e a tempo. 
Projecto que pretende divulgar, promover, preservar, potenciar e democratizar heranças algarvias, ainda presentes entre a serra e o mar, entre Sagres e o Guadiana, entre o passado e um amanhã com futuro.
Arqueologia, História, Etnografia, Arte, Arquitectura, Museologia, Natureza, ambiente, paisagens... múltiplos vectores para uma sustentabilidade e diferenciação cultural.

Castelo de Aljezur

A ocupação mais remota, no Cerro do Castelo de Aljezur, corresponde a um povoamento dos finais da Idade do Bronze, datado de há cerca de 3000 anos, atestado por materiais cerâmicos conservados em nível, pouco espesso e descontínuo, assente sobre o substrato rochoso.

Posteriores sondagens arqueológicas realizadas, em 2004, no talude poente, identificaram um muro de pedra, associado a materiais da Idade do Ferro, cuja construção aparenta ser anterior à muralha medieval, o que nos permite colocar a hipótese da continuidade da ocupação e o facto da existência de uma estrutura defensiva, sobre o cerro, poder recuar ao período proto-histórico. O referido troço da muralha da Idade do Ferro não é visível, por se ter optado pelo seu reenterramento, sendo a sua localização demarcada na sinalética.
Para o Período Romano-Republicano o espólio arqueológico, para além de produtos locais, registou produtos importados, provavelmente de origem itálica, como cerâmicas finas de mesa, de engobe negro e lustroso, de tipo campaniense, e ânforas vinárias, dos séculos II-I a.C.

Seguiu-se um período de abandono.
A presença humana retornou ao topo do cerro do castelo no Período Islâmico, cronologicamente balizado entre o século VIII e a primeira metade do XIII, registando-se arqueologicamente duas fases de ocupação. A primeira atestada por alicerces de alvenaria que sustentavam muros de taipa pertencentes a habitações que eram por vezes lajeadas. Foram ainda descobertos silos escavados, no solo, que permitem inferir a função de armazenamento de alimentos associada a esta época. A cisterna igualmente está associada a este período.
A partir de fins do século XV a ocupação com fins de povoamento nunca mais ocorreu no topo do cerro do castelo. Os achados arqueológicos, particularmente as cerâmicas, que surgiram em contexto de lixeira, no topo do enchimento das estruturas tardomedievais, comprovaram o definitivo abandono do sítio.
Hoje o Castelo de Aljezur encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público.

Fonte DRCA
 
 
 
 
 



Visita ao Castelo de Aljezur 
sob a orientação do Arqueólogo 
Rui Parreira 
Direcção Regional de Cultura do Algarve
(31.08.2013)