Porto Torrão


Ferreira do Alentejo/Beja/Baixo Alentejo

100 hectares de povoado calcolítico, o maior identificado, até ao momento, no nosso país.

"A primeira fase da intervenção arqueológica, que teve lugar em 2008 sob a responsabilidade da empresa Neoépica, visou a avaliação das realidades a afectar pelos canais de rega previstos para o local. Estes trabalhos consistiram na decapagem mecânica e subsequente limpeza manual dos corredores e na definição e registo dos contextos arqueológicos identificados, a que acresceu a escavação manual de 11 sondagens de diagnóstico, compreendendo uma área total de cerca de 300 m2."

"Dado o elevado número de estruturas identificadas e o volume de materiais recolhidos, a segunda fase dos trabalhos, que correspondeu à escavação integral daquela área em 2009-10, foi levada a cabo simultaneamente por três equipas. À Neoépica coube a escavação dos sectores I e II, numa área de 900 m2, que incluem dois pares de troços de fossos e dezenas de estruturas negativas e positivas, incluindo fossas, lareiras, fornos, muros e pisos. Identificou-se ainda uma estrutura subterrânea entre duas linhas de fosso que poderia ter funcionado como entrada para o sítio."

"Os trabalhos de escavação levados a cabo pela empresa Archeo’Estudos incidiram no Sector III-Oeste, onde se identificaram estruturas na sua esmagadora maioria escavadas no substrato geológico local, com morfologia e dimensões diversas, a maioria das quais deverá ter servido como local de depósito de detritos, mas em que outras revelaram uma possível utilização como fornos e, em três casos, num momento mais tardio, como áreas de enterramentos primários. "

"De referir ainda a identificação neste sector de duas possíveis “cabanas” (a melhor preservada das quais de planta rectangular) e de uma estrutura negativa circular, de grandes dimensões, com uma coluna central que deverá ter permitido a colocação de uma cobertura para aquilo que terá sido um local de habitação."

"Os sectores III-Este, IV e VI, intervencionados pela empresa Crivarque, estão localizados em pontos distintos do sítio: o primeiro está na continuidade do Sector IIIOeste (portanto, na margem esquerda da Ribeira do Ouro) e os restantes na margem direita daquele curso de água. Em todos foram identificadas estruturas negativas. No Sector VI identificaram-se dois troços de fossos paralelos e, no Sector III-Este, um único troço, mas com uma grande complexidade estratigráfica que incluiu diferentes níveis de ocupação no seu interior, tais como estruturas de combustão, áreas de esquartejamento de animais e, na base, uma possível infra-estrutura para suporte de paliçada. As fossas estão presentes em todos os sectores, destacando-se em particular o Sector III-Este, onde existe também uma estrutura circular de grandes dimensões semelhante à referida acima."

Edia (2010) – 4.º Colóquio de Arqueologia do Alqueva – O Plano de Rega (2002-2010). Livro de resumos, p. 15-16.

Algumas das suas singularidades:



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