Madinat al-Zahra







مدينة الزهراء | "a cidade de Zahra"

al-Zahra foi uma cidade palatina ou áulica, situada a cerca de 5 km a Oeste de Córdoba, no vale do Guadalquivir, na encosta do Monte da Desposada (Yebel al-Arus), na cordilheira da Serra Morena. A sua topografia de implantação em meia encosta justificou a uma disposição em terraços/níveis, o primeiro dos quais correspondendo à zona residencial do califa, seguindo-se a zona oficial (casa dos vizires, corpo de guarda, salão rico, dependências administrativas, jardins, etc.), e, por fim, a cidade propriamente dita (moradias, artesão, etc.) e a mesquita (Aljama), separadas dos terraços superiores por uma muralha específica de separação do conjunto palatino.
A sua construção teve início ano de 936 d.C., sobre as ordens do mestre alarife Maslama ben Abdallah, por iniciativa de Abderramão III, o primeiro califa do al-Andalus. A fundação da cidade alicerçou-se em princípios de índole político-ideológica: a dignidade do califa exigia a fundação de uma nova cidade, enquanto símbolo do seu poder, à imagem de outros califados orientais, sobretudo para demonstrar a sua superioridade sobre os seus maiores inimigos, os fatímidas de Ifriqiya, a região Norte do continente africano. Além de oponentes estratégicos e políticos, os fatímidas também constituíam concorrência no plano religioso, enquanto xiitas opunham-se aos omíadas sunitas. A par destes motivos político-religiosos, houve uma inspiração passional, Abderramão III pretendeu honrar sua mulher – al-Zahra.
A corte mudou-se para a nova cidade em 945, porém as obras prolongaram-se até o reinado de Alhakam II, o que explica as similaridades estilísticas entre esta cidade e a ampliação da mesquita de Córdoba, levadas a cabo por este filho e sucessor de al-Nasir.
Contrariando o traçado labiríntico que caracteriza o tradicional urbanismo muçulmano, al-Zahra apresenta uma planta rectangular de aproximadamente 1500 x 750 metros, com um traçado ortogonal e uma rede de esgotos e abastecimento de água. É considerada a maior superfície urbana construída de uma só vez no mundo Mediterrâneo.
A cidade manteve-se até à sua destruição aquando do saque de 1010, por ocasião da fitna que desencadeou o colapso do Califado. Este episódio levou ao esquecimento da cidade durante quase um milénio.
As escavações oficiais tiveram início em 1911, prosseguindo sem interrupção desde então. Actualmente os trabalhos de escavação continuam a recuperar a cidadela, tendo sido exumada apenas cerca de 10% da sua área total.

Centro Interpretativo
(a cerca de 3 km da Medina)


Laboratórios e reservas



Prémio europeu para o Museu do Ano em 2012 (EMYA),
atribuído em Penafiel pela Assembleia Anual do Fórum Europeu dos Museus (EMF) do Conselho da Europa