Azenhas da Ribeira de Quarteira | Paderne

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Em pleno Barrocal Algarvio, numa área de relevos pouco vigorosos, abrem-se as bacias das três linhas de água (Ribeiras de Alte, Sumidouro e Algibre) que convergem, a norte de Paderne, formando a Ribeira de Quarteira – uma bacia hidrográfica de 361 km, com um comprimento de curso de 54 km.

Na margem direita da Ribeira de Quarteira, a 100 m do Castelo de Paderne, localiza-se a chamada “Azenha do Castelo”. Trata-se de um sistema de moagem tradicional que aproveitava a água da ribeira como força motriz. Desconhece-se a data da sua construção, contudo, sabe-se que estes engenhos são anteriores aos moinhos de vento, constituindo um legado da presença árabe. Na Carta de Foral da Vila de Albufeira e seu Termo, concedida por D. Manuel em 1504, já é possível encontrar referências a estes sistemas de moagem, o que permite presumir a sua antiguidade e o importante papel que desempenharam no tradicional fundo tecnológico das comunidades que ali viviam.

Fonte: Nobre, I. (2004) - Património Histórico Monumental. Paderne. Câmara Municipal de Albufeira.


Esta azenha foi recuperada enquanto “museu vivo”, encontrando-se outra a aguardar a mesma atenção, mais a jusante, desta feita na margem esquerda da Ribeira de Quarteira, junto à antiga “ponte do Castelo de Paderne”. Neste último caso, é fácil reparar no pavimento do edifício de moagem por se encontrar completamente revestido por mós exaustas e seus fragmentos; enquanto, no edificado associado, destaca-se um resistente forno de aparelho calcário que, seguramente, ainda hoje poderia cozer pão.