Martinhal




Em Sagres/Vila do Bispo, nas arribas da praia do Martinhal, também conhecida localmente por Murtinhal, encontra-se identificado um importante centro oleiro romano, constituído por 3 fornos destinados à produção de ânforas. O Inverno passado foi responsável por uma "escavação" não autorizada, deixando a descoberto diversos vestígios arqueológicos em cortes ravinados que ameaçam destruir irremediavelmente o que resta das estruturas reveladas. De referir, no entanto, que o sítio romano já se encontrava há muito documentado, pelo menos desde 1967 (FERREIRA, Octávio da Veiga - Algumas considerações sobre as fábricas de conservas de peixe da antiguidade encontradas em Portugal. Beja), nomeadamente por achados de superfície e por recentes sondagens de avaliação, particularmente no decurso de obras.
Nos cénicos ilhéus situados em frente à praia também foram registados vestígios de cetárias, pertencentes a uma fábrica de preparados de peixe.
O conjunto estrutural e artefactual remete-nos para o século IV d.C.
As boas condições naturais da enseada do Martinhal, protegida dos ventos de Oeste e Sudoeste pela ponta da Baleeira, terão, certamente, sido propícias à implantação de um pequeno porto de abrigo – fundeadouro e varadouro.
A par destes vestígios, o sítio também regista abundante cerâmica manual pré-histórica e alguma indústria lítica, documentando um habitat do Neolítico.
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