A sua construção é bastante fácil, recorrendo-se a tijolos sobrepostos verticalmente (tijolo burro, perfurado ou refractário), toscamente "cimentados" com barro de modo a conferir estabilidade estrutural e alguma circulação de ar. Na base reserva-se uma pequena entrada (o espaço de um tijolo) onde será ateado o fogo, servindo, também, para controlar a circulação do ar.
A capacidade do forno depende da quantidade/volume das peças a cozer. Podem ser organizados andares de grelhas metálicas, permitindo uma distribuição mais equilibrada e sem contactos entre as peças, evitando a sua queda e quebra após a queima do combustível.
Ao longo da construção das paredes do forno vão sendo acomodadas as peças e o combustível, preenchendo toda a câmara de combustão. O combustível adequado para este tipo de forno é a serradura - "forno de tijolo ou de serradura" - podendo ser adicionado carvão. A serradura ideal é a obtida a partir de madeiras duras (carvalho, nogueira ou castanheiro), porque possui maior energia calorífera e arde mais lentamente. Caso se utilize serradura mais branda (de pinheiro, abeto, olmo ou choupo), a combustão deverá ser controlada, arriscando-se uma queimada demasiadamente rápida e fatal para algumas peças. As peças devem estar totalmente secas, dispostas a cerca de 10 cm das paredes do forno e distando entre si cerca de 5 cm.
Após "recheado", sendo a última camada de combustível, o forno deverá ser coberto com uma placa de material refractário ou metálico, ficando um mínimo espaço para a circulação de ar e para que o fogo abafado não se extinga.
A duração da cozedura depende da dimensão do forno, variando entre algumas horas até um ou dois dias. A redução do escape do fumo será o indício do fim da combustão. Quando o forno terminar de fumar, é necessário deixa-lo arrefecer antes de se retirar as peças, que tendem a apresentar cores claras em resultado de uma cozedura lenta em ambiente oxidante.
Neste tipo de estrutura de combustão a temperatura pode atingir cerca de 700º C.
Acção realizada nos dias 3 e 4 de Junho de 2011, no Telheiro da Encosta do Castelo - Oficinas do Convento, em Montemor-o-Novo,
sob a coordenação de Rosana Bortolin
(Centro de Artes da Universidade do Estado de Santa Catarina - Brasil)